A vida não passa, voa. Sei que não me dediquei muito ao blog, desculpem. Sabe aquela do senão for pelo amor é pela dor? Então, eu só escrevo na 'dor'. Não é atoa que posts na Holanda eu quase não fiz. No início eu até tinha uma certa frequência aqui, queria manter a memória viva aqui, mas aos poucos tamanha disposição acabou. Já voltei fazem umas 3 semanas. Voltei com exatos 365 dias, como eu bem queria. Bem, não exatamente como eu queria, porque se tivesse como eu nem se quer chegava perto de Schiphol.
Nem sei de onde eu deveria começar as contas as coisas, porque tanta coisa mudou, mas tanta, que talvez vocês fiquem meio perdidos no meio de tantas novidades. Onde foi que eu parei?
Também não quero me expor, mas quero escrever e voltar a manter o blog atualizado, pelo menos uma vez na semana. Por enquanto escrevo daqui, no Rio de Janeiro, mas em breve (ou talvez não tão breve) eu volte a contar as histórias da Terra das tão lindas tulipas.
Pois vou falar da volta, então.
Nada do que eu pensei acontecer aconteceu. Nada. A começar pelos meus sentimentos. Pensei ter uma homesick devastadora, mas não. Confesso que não estou feliz, mas também não chega a ser depressão. Tristeza mesmo, amava muito a minha vidinha de Au Pair. Amava as minhas sextas-feiras off, de Mc Donald's sozinha e trem pra Dordrecht. Os almoços com as meninas, assistir Toddlers and Taras escondido com as crianças e ouvir Holandês todo dia. Até disso eu sinto falta. Até do frio!
Antes de ler, aperte o play.
Memórias no trem. Escrevendo com os dedos engordurados e a cabeça a mil. Quantas vezes peguei esse trem de volta. Quantas vezes fui e voltei. Quantas vezes.
As musicas que escutei. Cada música, um momento. Essa, que me lembra todas os sprinters que peguei.
Aquela, todas as vezes que vi seu rosto iluminado pelas luzes da plataforma. Impossível não ter em mente todas as fotos, jogos e mensagens que troquei a espera do momento mais importante do dia. A coca-cola da Central - ou se adiantada eu estivesse, do Albert Heijn. As músicas do trem, só do trem. Ou melhor, o CD.
Que saudade!
Agora eu queria o trem vazio e a cabeça ainda a mil. Sozinha com meus pensamentos e tudo que me pertenceu, no melhor ano da minha vida. A todas as crianças que por ela passaram, amores e amigos. Tudo. Num flash tão rápido não duraria horas sem eu perceber. Daqueles pra chorar quanto quiser.
Rotterdam, quase lá.
Toda quinta-feira é a mesma coisa. Chego para a aula de violão da mais nova e esse lugar está lotado! São apenas 30 minutos de aula, mas 15 minutos que fico em pé porque nem lugar pra sentar tem. Na metade da aula, outra turma acaba. Todos esses pais vão se embora e me deixam aqui, sozinha com duas meninas quase da mesma idade da A, que jantam toda quinta-feira por aqui mesmo. Nem wi-fi liberado eles tem. Os minutos passam rápido, afinal são só 30, mas é chato não ter o entretenimento que eu queria - leia-se internet. É quando eu testo todos os novos apps que baixei ou leio um livro.
Aqui além de violão, tem aulas de dança e de ballet. A turma de dança de crianças entre 4 e 5 anos estão dançando "Billie Jean" do Michael Jackson nesse momento. Todas vestidas de preto, blusa de alcinha e calça comprida - o "uniforme" dessas aulas.
Não para de chegar gente. Agora não sou mais a única em pé.